sábado, julho 30, 2005

ontem mudei a foto abaixo nem percebi porquê. sei hoje:


Photograph by Briga

escrevi "eu volto aqui" e não disse para quê.

ao regressar entendi porque mudara a foto.

esperei e mesmo sem ter feito nada, colhi: obrigada, Menina Marota.

Menina_marota

said...


Perto do céu

os ramos secos

ganharam vida

na seiva do meu

coração...

pedra a pedra

construí ilusões

morreram amores

mas eu fiquei

mesmo assim

sonhadora

sensível

imprevisível

na roda da vida

entre o céu e a montanha

de água pura

onde brota o meu

olhar...

Para ti, com um abraço e um sorriso ;)
1/8/05 10:59 AM

Valeu ou não valeu a pena esperar?!

:)




quarta-feira, julho 27, 2005

a espera


no quarto-salão estirava-se o tempo de espera infinita. não tinha certezas só a ansiedade a acompanhava nas horas nos dias nas noites vazias.

a espera: uma amiga. como se conhecem!

- de ontem, hoje não. espere quem quiser!

pareceu uma vida cada um minuto. cada uma hora foi eternidade. esperava o quê?

- quem?

esperava o amor. o que todos esperam.

não teve? sim, muito. mal alinhavado mal distribuído nos anos de espera.

tanto amor constante lhe oprimia a alma! queria tanto dá-lo quando apetecesse, no impulso livre de quem ama bem, mas...

a espera. sempre ela. impondo-se a meio. interronpendo cada gesto largo de espontaneidade.

uma qualquer noite sentou-se à mesa sózinha. acendeu as velas. abriu um bom vinho, encetou caviar e comeu as ostras sorvendo a preceito, com gula infantil.

tomou o seu chá de menta, por fim.

nunca mais esperou.

aprendeu a ser a própria companhia que tanto esperara. e gostou de si para se acompanhar.

nunca mais sentiu a casa vazia ou a mesa grande.

recheou de flores o quarto-salão para poder vê-las fosse de qual ângulo as estivesse a olhar.

livre de vazios. longe da ansiedade, soube enfim amar.

porto?



tempo desperdiçado? não. não muito. talvez numa certa juventude inconsequente e só talvez.

olha-se ao espelho. não tem quase rugas nem isso importaria. duas mais fundas na testa as de pensar e nos cantos dos lábios de sorrir.
- nada mau para quem não se estica nem pôe cremes...

o espelho que lhe era vício na infância ( ou companheiro a reflectir amigos invisíveis) esteve abandonado demasiado tempo.

- nem a mim queria olhar ou sobretudo a mim?

nem uma ou outra coisa. ao ver-se veria no olhar o baço de reflexo de sol em águas turvas. luz que só refracta, não penetra a profundidade a que é suposto levar vida. não tinha vida a dar.

- e tenho agora?

detém-se no pescoço. sorri.

- este já me trai. trai toda a gente.

escova os cabelos.

- tanto tempo! "tanto mar!"

navegou vida fora. velas soltas. quando o vento não vinha, era motor. do cansaço fez força. da dor tirou sorrisos. e agora?

- agora, visto-me e vou sair.


segunda-feira, julho 25, 2005

Bom dia claro, Bom dia!


in

não, não foi falha minha, eu voei cedo. ainda, havia uma mancha de bruma de algodão do outro lado do rio. espessa, branca. linda de se ver sobre o rio que hoje para me agradar, estava azul.
não foi atraso. foi chegar ao trabalho e ter trabalho o que é mais do que muita gente neste momento pode dizer por este doente país afora.

vim cumprimentar quem já me tinha deixado votos de um bom dia e aos outros também.

volto assim que conseguir, se conseguir, escrever alguma coisa que se leia, neste espaço meio diário meio fantasia como os outros por onde prepasso nos tempos que me sobram

que viva a vida!

sexta-feira, julho 22, 2005




não, não se viram ainda livres de mim.

bom fim de semana. até segunda
.


quarta-feira, julho 20, 2005

é à noite

depois do último cigarro.

quando poisa a cabeça na almofada e fecha os olhos que um borbotão de ideias a acomete.

ideias boas para escritos reais.

sonoridades novas. novos denovelamentos das palavras.

tudo tão quase certo e belo como rosas vermelhas a brotar na neve.



rose in snow by Moosey

e adormece.

mas pela manhã um qualquer deus mau da noite levou tudo.

sobraram as memórias diurnas. o nada enformado em rotina.

todo o dia.

até ao último cigarro de antes de adormecer.

domingo, julho 17, 2005

noite de raiva

não não adormeceu. andou a vaguear na net como um bêbado pela cidade, sem rumo sem direiteza sem gosto sequer.

devia estar a dormir e não estava. caíra numa cilada. a mais estúpida, a da arte.

ela que sabe há anos que nunca se deve confundir a obra com o autor.

é só pensar em Deus e ver. se ele é bom que obra imperfeita deixou! ou o contrário?

que se lixe!

é impotente para resolver o mundo.

por isso levantou-se do sofá onde teclava havia horas e foi descongelar lulas para rechear.

porquê?

- odeia lulas. e se ainda lhe sobrar raiva para amanhã pode trincá-las com rictos de canibal.




pensando nisso há-de dormir melhor.

sexta-feira, julho 01, 2005

depois veio o tempo de esperar


Women Waiting
mas... só depois das férias vou contar.
:)