sobreviver

Woman Tending Her Spirit - by Renee Rhodes
era urgente na hora. viver sabia ela ser diferente, mas resistir bastava. assim o conseguisse.
entrara numa história de amor de olhos vendados. não será sempre assim? dizem que não. com ela foi.
nos dois primeiros anos era difícil ser-se mais feliz. (ela já fora, mas sabia ser milagre a nunca repetir...). depois... depois nem deu tempo a que se apercebesse.
o homem era educado. calmo. controlado. nada fazia prever qualquer mudança.
e, no entanto, ela crescia dentro dele como hera trepando em muro alto. até o apertar com as gavinhas de uma dor aos outros difícil, impossível de entender.
a mulher acariciava-lhe todos os silêncios. queria tratar as feridas que doíam. mas ele não sabia onde doía o quê.
nos olhos azuis, doces do seu homem, cada vez se via menos reflectida. não só ela, a vida!
na solidão do quarto, onde mais ninguém a poderia ver, ouvia música e já nem lia, chorava. até os olhos lhe doerem e os fechar.
olhava o relógio sobre a mesa, quase hora do regresso dele. então embalava-se a si própria para ganhar coragem e correr para a porta a sorrir.
- olá amor, como foi o teu dia hoje?
subiam a escada de mão dada. eles tinham-se olhado. para quê responder?
8 palpites:
texto fabuloso
:)
Bondade tua.
Genial esta prosa:) beijos
Também tu, wind?
;) Beijos.
Parabéns pelo Blog, Eagle. E Obrigado pela visita. Vejo que esta é uma aventura recente. Espero que te divirtas tanto como eu me divirto a escrever a Razão.
Um Abraço e volta sempre.
Obrigada. Gosto do teu humor. Vou voltar concerteza!
Abraço. :)
belo :)
a eficácia do olhar
e quando assim é
palavras para quê!
:)
...
Não lembro quem escreveu "a vontade de amar já é amor". Faz sentido.
Contudo... o fantasma de um querer pode ser mais presente que o próprio presente.
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